segunda-feira, 28 de junho de 2010

Goodbye. It´s the last chapter. Bittersweet.

É hora. Faz-se tarde. Percebi que não vens mais. A última chamada para o embarque já soou. Adeus meu amor. É a última vez, que escrevo acerca de ti, de nós. É a despedida temida, que não queria fazer. Hoje encerro-nos assim, por fim. É o último capítulo, preenchido com palavras entristecidas e frases sentidas, sobre aquilo que poderias ter sido e não foste. Adeus, é a última vez que falo de ti, por aqui. Em mim. E ao mundo. Por mais que me faça doer, sofrer. As tuas palavras ecoam ferozmente ainda neste cubículo subsmerso. Atingiram-me como uma espécie de bomba que detonou à distância. Mas que ainda assim foi provocando graves danos com proporções arrasadoras à minha volta. Atingindo-me e percorrendo todos os orgãos e artérias vitais do meu corpo. Uma bomba que fez ecludir o meu coração, já de si quebrado e pouco resistente. Quebraste-o em mil pedaços, mas garanto-te, que desta vez, foi a última. Ele, que mal se sustia, débil e preso numa cama de um frio e inspídido hospital. Ligado à máquina, preso a uma réstia de esperança vã, que só ele, tolo, teimava ainda acreditar que seria possível. - Em ti. Ontem, madrugada fora, desligaste por completo a máquina, que o mantinha à tona por breves instantes. A máquina que nos ligava, que nos mantinha vivos. Os batimentos deixaram de se fazer sentir e notar. Não tive como não assistir à distância, que já de mim estavas. Foi inevitável, não ver, como não te preocupavas sequer com o meu estado. Por um segundo não paraste, para te questionares.

Sabes, as tuas palavras foram tão duras de ler. Doeram mais que facas afiadas, provocando cortes incisivos à flor da pele, que ias perfurando. Palavras malditas, que apesar de eu próprio já as saber de cor. Já as ter como certas para mim, fizeram mais uma vez mossa devastadora. A verdade, é que nunca estamos mentalmente preparados, para as ler, vindas da pessoa, que para nós é o centro do universo. De um ser irreal. Eu não estava minimanente preparado para as sentir. Para a dor que causaram e infligiam enquanto as lia, uma e outra vez, algo em mim corria. Não querendo sequer acreditar. Estás tão longe de mim. Tão presa a outro alguém. Que me custa literalmente acreditar. Se não estou momentaneamente demente, se realmente existiram, estes quase nove meses de uma vida vivida. Que deitaste sorridente no caixote mais próximo.

Eu fui o substituto imperfeito, como que um boneco a quem lhe falta um braço. Que nunca preencheu o lugar devidamente. Apenas o aqueci num inverno frio e rigoroso, enquanto te encontravas despida de outro alguém. Constanto agora, que sempre tive dependente das vontades e caprichos, de um terceiro, que afinal, é na realidade o primeiro. E eis que quando o terceiro-primeiro se agiganta novamente no ar. Porque pura e simplesmente lhe apetece entrar novamente em cena. E de novo, eis que se assume logo como personagem principal. Enquanto eu sou relegado para os bastidores sem dó nem piedade, de todo este drama com contornos de tragédia ridícula.

Eu lia, relia, e não queria puramente acreditar. Não foi definitivamente por esta pessoa por quem me apaixonei perdida e redondamente. Eu mereço bastante mais do que o reflexo tenebroso e medonho que o espelho me devolve por ora. Não preciso que mo digas, nem quero. Eu deixo-te, deixo-nos agora, nestas linhas que escrevo para sempre. Não mais quero olhar para trás. Por uma breve momento que seja. Vou estrear um coração novo, levantar-me e caminhar por um duro trilho. Não quero mais que o manchem de traição. Tenho tanta pena de não te ter do meu lado. Que não estejas lá, quando a felicidade por fim me contemplar e alumiar-me como raio de sol. Como promestes que estarias. Mas foi uma escolha tua, opção que nem sequer voto na matéria tive. Fui apenas votado ao silêncio de um segundo plano. Com o qual tenho hoje que aprender a conviver. Não quero mais, nem vou ser segunda opção. Não, nunca mais. Adeus. Hoje, é para Sempre. Vou esquecer-me do que fui. Do que nunca foste. Do que nunca chegámos a ser um dia para ti. Vou esquecer-me da importância que nunca tive para ti. E de toda que tiveste em mim. Até Sempre meu amor. Vou tentar imitar-te na forma descartável, em como me arrumaste no armário mais velho do sótão.

Dizem sabiamente que a esperança, é sempre a última a morrer. E na madrugada de hoje, a minha desvaneceu-se por completo até ao nascer do sol. Em plena tormenta, por entre choros angustiantes e gritos de raiva e revolta contidos. Lia e relia. Para Ti não passei de mera ilusão, recordo-me de te exprimires de forma fria. Será sempre assim que te vou recordar. Com essas últimas palavras por ti esboçadas. E a mim dirigidas. Eu sou ilusão, mas um dia, serei a realização de um sonho, que tu deitaste fora, que simplesmente abandonaste. Adeus meu Amor. Até nunca. Até Sempre. Este é o último capítulo de uma história que nunca aconteceu.

5 comentários:

S* disse...

Desperdício... parece-me. De boas intenções e bonitos sentimentos.

Flor disse...

Dizem que o tempo cura tudo, que o tempo vai esbatendo até apagar, mas é mentira o que dizem sobre ele, ele que não apaga nada... as pessoas é que se apagam umas ás outras e nós até vamos deixando que isso aconteça porque achamos ingenuamente que assim seguimos em frente. O coração é o único 'instrumento' que mesmo partido continua a funcionar, é o que dizem e eu até concordo.

beijinho* =)

Carmem Gomes disse...

Hummm...Rebelde, nunca pense que qualquer sentimento foi desperdiçado. Apenas estes podem ser mal compreendidos. Adoro vir aqui...bjsss

Marilena R. disse...

Nunca nada é em vão, nunca nada é desperdiçado quando se trata de acções ou sentimentos. Podemos não atingir os nossos objectivos, mas nunca é desperdiçado.

Susana Aires disse...

Um fim é sempre um novo começo. O amor é maravilhoso, mas tb extremamente doloroso no reverso da medalha. Todos passamos por isso, à excepção de alguns felizardos. Parece que o mundo acaba, mas depois afinal não.

Coragem e beijos